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Fevereiro/Março 2009 - Produção
Lucros embalados em casa

Quanto custa criar uma linha com marca própria de produtos

Por que não? Eis a pergunta que qualquer panificador deve fazer a si mesmo ao esbarrar com o sonho de ter uma linha própria de produtos. Afinal, a experiência para produção de itens de padaria já existe. Criar embalagens, marketing e sistemas de produção é um passo nada distante da realidade do dia a dia. Realmente, o investimento para se começar este processo produtivo não é dos maiores. Segundo o consultor do Propan (Programa de Apoio à Panificação), Luiz Brandão, é possível otimizar recursos utilizando-se do maquinário e da mão-de-obra já existente. Inicialmente, o investimento principal será através da contratação de uma profissional responsável pelo balanço nutricional do produto – uma nutricionista. “A partir daí, cada panificadora deve fazer uma avaliação de seu sistema de produção e considerar os investimentos que deverá fazer em mão de obra”, analisa Brandão. No entanto, embalagem adequada e um maquinário especial para produzir produtos personalizados e diversificados são custos que devem ser levados em conta. Para ele, a principal vantagem da fabricação própria é a oportunidade de fidelização da marca. “Se o cliente gostar de algum produto feito pela sua padaria, ele terá que voltar lá para comprar novamente”, afirma.



Os números indicam que o investimento tem retorno quase certo. De acordo com dados do Propan, o consumo de produtos com marcas das panificadoras cresceu 11% em três anos. Em 2008, as vendas de panificação cresceram 12%, proporcionando um faturamento de R$ 44,36 bilhões, sendo que quase R$ 24 bilhões foram gerados pela produção própria.

Atualmente, 69% das famílias brasileiras compram itens de produção própria atraídas por preços mais baixos. Os custos dos produtos em escala são menores e todo o trabalho de marketing é feito no próprio ponto-de-venda. Ainda assim, as margens de lucros experimentadas pelos panificadores em suas marcas próprias são maiores e mais compensadoras. Um exemplo. Uma torta holandesa de uma fábrica tradicional, vendida na gôndola por R$ 35 o kilo, rendeu ao panificador, algo como 50% de lucro bruto, sem descontar os impostos. Uma torta holandesa feita por sua equipe, vendida a R$ 28 o kilo pode lhe dar uma margem de quase 100% e ainda ser competitivo no preço final para o consumidor. A margem média, porém, é de 50%.

Quem caminhou por este nicho não se queixa. Fundada há 40 anos, a Cepam, na Vila Prudente, em São Paulo, criou a marca Village em uma loja de 60 metros. Hoje, uma linha com mais de 2000 itens são feitos, embalados e despachados, inclusive para grandes grupos varejistas, de um galpão de 1700 metros quadrados. “Investimos em pesquisas constantes para desenvolvimento de novos itens”, diz Ricardo Amaro Macarrão, diretor comercial da Cepam.

Com a padaria Nosso Pão, de Uberlândia, Minas Gerais, não foi diferente. “Produzimos mais de 300 produtos que representam hoje cerca de 75% do faturamento da empresa”, explica o sócio-proprietário Carlos Eduardo Cardoso Magalhães. Localizada na cidade de Santo André, em São Paulo, a Padaria Brasileira, há mais de 50 anos no mercado, possui cerca de 1500 itens que abastecem as quatro padarias e seis lojas express. Na matriz, há um departamento onde atuam nutricionista, engenheiros de alimentos e técnicos, com a função de criar novas receitas.

Foi pensando em focar na fabricação própria e aumentar o faturamento da Santa Efigênia Pão & Cia., de São Paulo, que Marcelo Bacelo Amorim resolveu investir na melhoria da produtividade e do estoque de matéria-prima. “Depois de feito o investimento, 90% de nossa produção passou a ser destinada à fabricação própria e tivemos um aumento de 30% no faturamento total”, explica Amorim, ganhador do Prêmio Bunge Empreendedorismo em Panificação na categoria Processo Produtivo.

Na Pão & Cia., de Belo Horizonte, em Minas Gerais, o gerente Adair José Gonçalves explica que os 150 produtos de sua loja são fabricados sem aditivos e com fermentação prolongada, retomando o conceito do pão puro de antigamente. Com um faturamento mensal de R$ 130 mil, o gerente acredita que seu só deu um salto graças à iniciativa da produção própria. “Trabalhar com revenda de itens de terceiros é necessário para ter variedade, mas não gera a margem de lucro que conseguimos com nossos produtos”, diz.

E para quem deseja começar uma produção própria em seu estabelecimento, é importante estar atento a algumas dicas:

* Obtenha um maquinário de qualidade.
* Padronize as receitas e processos.
* E claro, não deixe de oferecer treinamento constante de mão-de-obra.

Composição Média do Faturamento

* Mercearia - 9%
* Bebidas/Refrigerantes - 10%
* Frios - 6%
* Congelados - 3%
* Laticínios - 5%
* Cigarros - 7%
* Bomboniere - 3%
* Sorvete - 2%
* Leites - 7%
* Produção - 48%

Fonte:Bunge

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