quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Consumidor

Novos perfis dos consumidores ditam futuro das panificadoras
Publicado no Dia 08/08/2009


'Consumidor do futuro, comportamento e tendências' é o tema do primeiro capítulo do 'Estudo de Tendências: Perspectivas para a Panificação e Confeitaria 2009/2017', realizado pelo convênio Sebrae/Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria). Os novos perfis e desejos do consumidor devem servir como guia dos empresários do setor, segundo o trabalho lançado em São Paulo durante o II Seminário Tecnológico da Panificação e Confeitaria, na semana passada.

As tendências surgem da confluência de fatores psicológicos, sociológicos, demográficos e econômicos. As mudanças que estão por vir, e que se transformam em hábitos, acabam se solidificando e expressando diferentes desejos individuais do inconsciente coletivo, esclarece o estudo do Sebrae e Abip.
De acordo com essa abordagem, o perfil dos consumidores brasileiros está sofrendo fortes e significativas alterações, devido às melhorias econômicas e demográficas ocorridas nos últimos anos. Dentro desse contexto, o estudo apresenta cinco grandes tendências, que atingem todos os setores da economia e, especialmente, o setor da panificação e confeitaria.

Mulheres no comando

A primeira tendência apresentada refere-se ao espaço cada vez maior conquistado pelas mulheres no mercado de trabalho. Em 2020, a população feminina brasileira no mercado de trabalho contará cerca de 64 milhões de mulheres, segundo dados do Ibope.

Atualmente elas já são responsáveis pelo controle e provimento de 31% dos lares no País. Em 1991, eram 18%. Em 2020, a presença feminina economicamente ativa atingirá 46% do mercado nacional de trabalho. O estudo destaca, ainda, que, há dez anos, apenas 5% dos imóveis de três e quatro quartos eram de propriedade delas. Hoje, elas são proprietárias de 38% dos imóveis com essas características.

As oportunidades que as consumidoras vão gerar nas panificadoras estarão relacionadas com a preferência por produtos diet, light, orgânicos, pães naturais e confeitaria fina. Além desses, produtos fáceis de levar na bolsa e com embalagens atraentes, sugere o estudo.

Mais casais jovens sem filhos

Casais jovens que protelam, não pretendem ou não podem ter filhos - chamados 'Dinks' (Double Income, No Kids = Dupla Renda, Sem Filhos), estão aumentando de número no País. O mesmo ocorre com pessoas de meia idade e parceiros homossexuais. Esses fatos indicam que, em 2016, 16 milhões de lares brasileiros serão habitados por duas pessoas. Em 1996, eram 5,2 milhões de lares nessa categoria. Em 2006, 8,6 milhões de domicílios eram habitadas por duas pessoas no Brasil.

As oportunidades que essa tendência cria para o setor são referentes aos produtos que promovem cuidados 'a dois ' em embalagem dupla.

Moradores individuais

Esses consumidores estão entre os maiores interessados em conforto, praticidade e tecnologia. Eles eram 3,2 milhões em 1996, no País, e deverão ser 12 milhões, em 2016. O consumo de quem mora sozinho cresce em média 6% ao ano. Esse perfil de consumidor é responsável por 40% do aumento das vendas de produtos práticos e em porções individuais. As oportunidades geradas por essa tendência aponta para produtos de apelos e embalagens tecnológicas e entregas a domicílio (delivery).

Meia idade

A faixa de consumidores composta por maiores de 50 anos representam, hoje, 23% da população brasileira. Eles cultuam hábitos saudáveis e procuram dedicar mais tempo ao lazer. Essas pessoas vivem atualmente como viviam antes as pessoas de 40 anos, pois o envelhecimento está sendo adiado pela vida moderna e seus recursos médicos e estéticos.

Nos anos 80, essa fatia do mercado nacional era integrada por 6,8 milhões de consumidores. Em 2020, deverão ser 18 milhões de pessoas de meia idade no Brasil. Segundo o estudo do Sebrae e Abip, eles são empreendedores e autônomos (33%), suas empresas faturam mais e sobrevivem mais do que a média nacional, possuem maior poder aquisitivo e equivalem a 43% da classe social com renda mais alta ou acima de dez salários mínimos. Atualmente representam 23% do total da população brasileira.

Nesse caso, as oportunidades estão relacionadas com produtos mais sofisticados, de alta qualidade, ingredientes naturais somados a alta tecnologia, produtos anti-idade (com apelo saudável) e entrega a domicílio.

Longevidade

Como se sabe, a população brasileira está envelhecendo. Atualmente, os idosos (pessoas acima de 60 anos) totalizam 19 milhões de cidadãos. Em 2020, estima-se que esse número chegue a 30 milhões, e no ano de 2050, a cerca de 64 milhões de brasileiros. Desses, 150 mil terão mais de 100 anos.

Em 2007, o total do rendimento dos idosos foi de R$ 16 bilhões. Em 2012, essa renda deverá alcançar R$ 25 bilhões ou 56% a mais, de acordo com o estudo.

As oportunidades desse perfil de consumidor se referem a produtos orgânicos, com ingredientes naturais, linhas diet e light e entrega à domicílio.

Consumidores do futuro

No subcapítulo 'Consumidores e seus perfis' do estudo do Sebrae e Abip, os desejos da clientela são considerados elementos fundamentais a serem compreendidos e realizados pelos empresários de panificadoras e confeitarias que pretendem continuar crescendo e acompanhando os movimentos do mercado.

Segundo a publicitária Beth Furtado, citada no trabalho, os desejos do consumidor podem guiar as estratégias e ações das empresas rumo ao sucesso.Atualmente se estacam entre os desejos do consumidor vários diferenciais importantes, que devem ser considerados, diz o estudo.

'A busca da originalidade' é o primeiro deles e está relacionado ao desejo de evitar a rotina e a mesmice, acarretando na preferência por produtos de curta duração e edições limitadas.

'Estar onde a vida acontece' é outro que significa, especialmente para pessoas entre 40 e 50 anos, participar da vida moderna. Elas buscam produtos que as façam se sentir mais jovens. Ainda, a percepção de que o tempo está passando mais rápido leva os consumidores ao desejo de estar em movimento constante.

'Fazer a diferença' é mais um desejo contemporâneo essencial e relacionado com a necessidade de se sentir incluído e pertencente ao mundo, muito comum às pessoas das classes C e D, da terceira idade, desempregados, entre outros.

'Singularidade', ou a busca da sensação de unicidade e diferenciação, é outro desejo que levaria indivíduos da terceira idade a se tatuarem e inspira que a elaboração de produtos diferenciados para a classe C, mulheres de 30 a 40 anos etc.

Já o 'desejo pelo inesperado' significa que há muita gente procurando o incomum, o fim da rotina e a quebra dos padrões. O sucesso dos pratos desconstruídos na gastronomia exemplifica o atendimento a essa tendência. Produtos novos e novas embalagens, também.

E o 'desejo de ser arrebatado' se refere às pessoas que buscam coisas e lugares causadores de sensações especiais. Esses consumidores possuem espírito aventureiro e gostam de desafios. Restaurantes nas alturas e em submarinos satisfazem essas pessoas.


Fonte:correio da tarde

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