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Isenção de impostos para o pão francês

Panificação defende isenção de impostos para o pão francês - Postada em 12-12-2008 às 05:08:58


A Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip) espera obter em 2009 a isenção total de impostos que incidem sobre o pão francês, de modo a evitar reajustes de preço ao consumidor e estimular o consumo. O setor se diz preocupado com a valorização do dólar sobre o real num ano-safra em que o País deverá importar 50% de suas necessidades de trigo, algo em torno de 5 milhões de toneladas do grão.

Segundo o presidente da Abip, Alexandre Pereira Silva, o preço da farinha voltou a subir para as padarias, pois os moinhos repassaram a diferença do câmbio ao custo final do produto. Mas ele afirma que não haverá repasse ao consumidor pelo menos até o início do ano que vem. Devido à crise financeira global, o setor já registra queda no faturamento - de 5% no mês de outubro - mas no balanço do ano o desempenho ainda é positivo, com crescimento estimado de 12% na receita nos 12 meses, de R$ 39,6 bilhões para R$ 44 bilhões. A Abip cataloga 63 mil padarias em atividade no País, com 44 milhões de clientes/dia.

Apesar dos números favoráveis, 2008 fica para a história do setor como o de maior oscilação de preços da matéria-prima do pão. "Entre março de 2007 a abril de 2008, o preço do trigo subiu 100%. E a farinha atingiu o maior preço dos últimos 20 anos", diz Silva. Além da pequena oferta de trigo no mercado interno, a Argentina, principal fornecedor do cereal para o País, suspendeu as vendas no primeiro semestre. O Brasil teve, então, de ir buscar trigo nos Estados Unidos e no Canadá, pagando mais pelo produto.

Responsável por 40% no custo de fabricação do pão, a farinha teve alta de preço de 25% no período entre março de 2007 e abril deste ano, de acordo com a Abip. Desde então, o preço da farinha caiu 30% e o do pão - que chegou a R$ 6,20 o quilo, em média - agora é de R$ 5,90/kg em média no País, diz Silva. A queda nos
preços refletiu o menor custo do trigo no mercado internacional nos últimos meses e também a isenção de PIS/Cofins sobre o trigo e derivados, autorizada pelo governo no primeiro semestre para conter a inflação. A medida, em princípio, valeria até este mês de dezembro, mas um projeto aprovado no Congresso estendeu a validade até 30 de junho de 2009.

"Mas é preciso isenção absoluta de impostos para o pão francês", diz Silva, lembrando que, além dos impostos federais, há os estaduais - como o ICMS - que tornam a farinha de trigo comercializada no Nordeste "a mais cara do País", com carga tributária de 37%. Segundo ele, o pleito já foi discutido com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, com o apoio de pelo menos dois senadores da República. Como o governo já demonstrou boa vontade com outros setores da economia, na tentativa de amenizar os efeitos da crise, a Abip vai reforçar o pedido. "2009 será o ano da pressão", afirma. O setor de panificação responde por 55% do consumo de farinha
de trigo, sendo 50% pelas padarias e 5% pela indústria de produtos embalados.

A preocupação com o efeito do câmbio nos preços do trigo leva o setor panificador a projetar para 2009 um crescimento de 3% acima da inflação. "Essa é a meta que vamos buscar", diz Silva. Para tanto, o setor deve aumentar os investimentos no Programa de Apoio à Panificação (Propan), para a melhoria da gestão do segmento, que registrou em 2008 um aumento de 21,5% no número de postos de trabalho, de 624 mil para 758 mil. O incremento se deve especialmente ao maior número de padarias com fornecimento de refeições prontas - hoje somando 4 mil no País. "A demanda cada vez maior dos consumidores por refeições prontas é um impulsionador para a criação de empregos", diz Marcio Rodrigues, coordenador nacional do Propan.

Fonte: Site Agência Estado, em 09/dezembro/2008.

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