segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Apagão de mão de obra qualificada


Com a carência de profissionais adequados às funções, empresas reveem conceitos e estratégias de contratação.

Sílvia Pimentel - 23/9/2010 - 21h25


O mercado de trabalho no Brasil está em ebulição. Economia aquecida, aumento da massa salarial, do número de contratações, inflação controlada, expansão do crédito e perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de até 5% nos próximos anos explicam o bom momento vivido pelo País. Mas também expõem as consequências no mundo do trabalho.

Alguns setores, como o de construção civil, começam a enfrentar o chamado apagão de profissionais qualificados, no caso engenheiros, para dar conta da demanda gerada pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada. "A situação não está mais crítica porque, pelo segundo ano consecutivo, a carreira de engenharia foi uma das mais procuradas no vestibular da Fuvest", afirma Fernando da Costa, diretor de operações da Consultoria Human Brasil.

Com a atual falta de profissionais para o preenchimento de vagas, muitas empresas têm optado por engenheiros mais velhos, com mais de 50 anos. Segundo Costa, muitos deles, aposentados, voltaram ao mercado de trabalho e hoje são mais valorizados. "Há empresas, inclusive, usando esse perfil de profissional como formador da nova geração", diz.

Newton Santos/Hype
Moraes faz cerca de 30 tipos de pães na padaria Marengo, no Tatuapé.
A indústria também enfrenta problemas para preencher suas vagas, sobretudo na área de tecnologia. A necessidade por profissionais com conhecimento diferenciado em tecnologia vem sendo suprida por tecnólogos, cujos cursos surgiram há mais ou menos cinco anos, com duração de dois ou três anos. Outra solução foi investir em trainees. "Foi a forma que encontraram para desenvolver o profissional de acordo com características desejadas", resume.

Crônico – No comércio, o consultor diz que faltam profissionais que dominem a fundo a cadeia de varejo, conheçam, por exemplo, os canais apropriados para colocar produtos em magazines e supermercados. E isso é um problema crônico e antigo no segmento, intensificado com o atual cenário econômico. Para Costa, o grande obstáculo é não existir um plano de carreira no setor, fazendo com que a profissão de vendedor seja apenas passageira, ou o primeiro emprego, como ocorre com o telemarketing.

Newton Santos/Hype
A falta de mão de obra qualificada também tem preocupado os empresários de serviços. Pesquisa realizada em julho pela Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) aponta que a retenção e a manutenção de profissionais é a segunda maior preocupação para 71% das empresas, perdendo para a carga tributária, com 86%. Em março, 30% dos entrevistados citaram a falta de qualificação como item a influenciar os negócios. Segundo o levantamento, a carência de trabalhadores preparados é mais frequente para preencher as vagas de comprador, vendedor, mecânico, eletricista, supervisor, gerente e motorista.

Falta fermento profissional

No Brasil, a falta de qualificação é um problema que atinge até uma das profissões mais antigas do mundo: padeiro. O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo, Antero José Pereira, afirma que há uma carência de mão de obra qualificada na área e parte do problema é decorrente do número reduzido de escolas profissionalizantes.

Segundo ele, o piso inicial para um bom padeiro varia de R$ 1,2 mil a R$ 1,8 mil, mas dependendo da qualificação do profissional e da região do estabelecimento, um padeiro recebe em torno de R$ 2,5 mil. Hoje, um profissional capacitado sabe a receita de dezenas de tipos de pães.

É o caso do padeiro José Edson de Moraes, há sete anos na profissão. Ele trabalha na padaria Marengo, no Tatuapé, há quase seis anos e tem planos para abrir o próprio negócio. Diariamente, por um salário de R$ 2 mil por mês, põe a mão na massa para a confecção de cerca de 30 tipos de pães. "O italiano é um dos mais trabalhosos porque sua fermentação é natural. Mas é o que mais gosto de fazer", explica.

Moraes fez cursos para o aperfeiçoamento da profissão, mas acha que a prática é a melhor forma de aprender. Acostumado a manusear massas, ele dá a receita para se tornar um bom padeiro. "Ser higiênico, cumprir horários e conhecer as peculiaridades na hora de preparar a massa dos pães", conclui.

Fonte: Diário do Comércio

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O humor e o ambiente de trabalho



*Sueli Brusco

Após um dia de organização na minha sala, resolvi parar e pensar na minha equipe. Enquanto separava os papéis, reorganizava os valores internos e externos, uma pergunta entrou pela porta e ficou: quantos da minha equipe agregam valor para a minha empresa? E para os outros com os quais trabalham? Percebi que os que mais agregavam eram os funcionários bem humorados. Os profissionais que faziam parte deste grupo conseguiam driblar o estresse de uma agência e mostravam-se fortes diante de tanta carga sobre eles. Traziam um valor de garra e energia. Em todas as empresas, há muitos outros exemplos de profissionais altamente competentes, mas sisudos. Porém, na minha avaliação, os pragmáticos são mais metódicos e não sabem muito bem como motivar equipes.

Ter profissional que saiba sorrir é um detalhe que se torna fundamental, principalmente em setores que demandam decisões, cobranças e vendas. Há empresas que não valorizam esse ponto, procuram profissionais pelo perfil exato da vaga e não reparam na competência social do capital humano. O valor desse funcionário para empresa é somente o cargo, um valor engessado. Já outras empresas procuram contratar pessoas que têm um pouco mais de competência social. Essas podem apresentar pré-disponibilidade a desafios. É claro que cada personalidade traz elementos substantivos e altamente aptos a serem desenvolvidos. Porém, o bom humor e a habilidade de se relacionar são requisitos que devem ganhar mais importância na hora da escolha.

A capacidade de decisão e avaliação das circunstâncias depende muito das impressões anteriores, das experiências passadas. Por isso, o bom humor bem empregado está ligado à segurança, maturidade e confiança. Saber lidar com os erros e péssimos resultados e torná-los parte do processo de progresso é fator resultante de grandes empresas. Mesmo em momentos de performance negativa, este comportamento ajuda a dar a volta por cima, sempre com cabeça positiva, confiante, e não desanimadora.

É comum empresas se perderem buscando funcionários para alavancar vendas e gerar mais negócios. Não no mau sentido, mas no sentido de não conseguir conter a ansiedade pelo faturamento, alguns gestores atropelam pessoas e não percebem como afetam o ambiente da equipe. Trazer um profissional completamente fechado no perfil de um cargo pode ser uma característica ou uma escolha da empresa. Porém, na prática, voltando ao exemplo do bom humor, os resultados de aproveitamento desse profissional podem não significar tanto se medido ao impacto dele na equipe.

O ideal é ter uniformidade no grupo, linearidade no discurso em relação às metas, resultados e valores. É fácil perceber o valor de uma empresa quando o ambiente, a equipe e os resultados são homogêneos, se correspondem e se equivalem. Do contrário, acontecem os ruídos, altos e baixos, equipes sazonais, "rádio pião", entre outros inúmeros problemas que podem afetar uma equipe.

De maneira geral, o estado de espírito e os valores da pessoa são o que interessa. Quer sejam suas competências em relação ao bom humor, má desenvoltura, dificuldades de tomar decisões, insegurança, todos os valores que completam esse ser humano vão inevitavelmente entrar na empresa, circular entre pessoas. O humor dá leveza, até mesmo diante de negociações complicadas. Não estamos falando do humor forçado e pesado, mas aquele bem dosado e nas horas pertinentes. Trata-se de uma questão de atitude, de competência social e até mesmo cultural.

* Sueli Brusco é diretora de serviços da SimGroup, especializada em comportamento humano.

Fonte: Padaria Moderna

Os acidentes de trabalho e os programas de prevenção


*Carina Pavan

Tratado como um dos principais problemas enfrentados pela humanidade, a saúde do trabalhador é um assunto que, cada vez mais, requer atenção do setor privado e dos órgãos públicos. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, durante o ano de 2008 foram registrados cerca de 747,7 mil acidentes de trabalho. Comparado com o ano de 2007, o número teve um aumento de 13,4%.

A legislação brasileira considera acidente de trabalho aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão coporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte, perda ou redução permamente ou temporária da capacidade para o trabalho. Além disso, conforme a legislação, os acidentes de trabalhos podem ocorrer no local de trabalho, a serviço da empresa, nos intervalos e no percurso entre a residência e o local de atuação. É considerado acidente de trabalho a doença profissional, ou seja, a doença desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, como, por exemplo, a lesão por esforço repetitivo (LER). Também podemos considerar como acidente de trabalho a doença adquirida em função de condições especiais em que o trabalho foi realizado e que se relacione diretamente com ele, entre elas as alergias respiratórias e o stress.

Pensando justamente nos elevados índices de acidentes ocorridos nas empresas, foram criados programas de implantação obrigatória e que visam o apoio à prevenção de acidentes do trabalho. Entre estes programas podemos destacar a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), obrigatória em toda a empresa privada ou pública, que possuam 20 ou mais empregados regidos pela CLT; o Programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO), cujo objetivo é a promoção e preservação da saúde dos trabalhadores e inclui os exames médicos ocupacionais; o Programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA), que tem como finalidade a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, considerando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais; e o Programa de condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção (PCMAT), cujo objetivo é definir medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria de construção com 20 ou mais empregados.

Se isso não bastasse, em 2006 foi criado o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), através da Lei 10.666, mas que teve sua regulamentação com a Resolução 1.309/2009 do Conselho Nacional de Previdência Social. A finalidade do FAP é incentivar a melhoria das condições de trabalho e da saúde do trabalhador, estimulando as empresas a implementarem políticas mais efetivas de saúde e segurança do trabalho para reduzir a acidentabilidade. O FAP é um índice que pode reduzir à metade, ou duplicar, a alíquota de contribuição do Seguro de Acidentes do Trabalho – SAT/RAT, pago pelas empresas sobre a folha de pagamento, conforme o enquadramento em risco leve (1%), risco médio (2%) e risco grave (3%). O FAP é individual para cada empresa, vai variar anualmente e será calculado sempre sobre os dois últimos anos de todo o histórico de acidentabilidade e de registros acidentários da previdência social para aquela empresa.

Além disso, neste mês de janeiro foram implantadas novas regras ao FAP, sendo que as empresas que investirem em medidas de segurança e saúde, reduzindo o número de acidentes ou doenças do trabalho, terão bonificação no cálculo da contribuição devida no período. Enquanto que as empresas que não investiram em saúde e segurança, terão a cobrança do SAT/RAT aumentada em até 100%, dependendo do seu histórico de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. Como empresas que tem um alto índice de acidentabilidade terão sua carga tributária elevada, já existem discussões judiciais acerca da constitucionalidade da Lei 10.666/2006 que criou o FAP. No entanto, as conseqüências diretas dessa nova sistemática começarão a serem sentidas nestes primeiros meses do ano, e assim saberemos se realmente o objetivo é reduzir os acidentes de trabalho ou aumentar a arrecadação tributária sobre as empresas

Vale ressaltar que as novas regras do fator acidentário não trarão qualquer alteração na contribuição das pequenas e microempresas, já que elas recolhem os tributos pelo sistema simplificado e estão isentas da contribuição para o seguro acidente.

*Carina Pavan (carina@ekj.adv.br) é advogada associada ao Escritório Katzwinkel e Advogados Associados.


Fonte: Padaria Moderna

terça-feira, 5 de outubro de 2010

FORMULAÇÃO BÁSICA DE PÃO FRANCÊS

PARA ESTA FORMULAÇÃO UTILIZA-SE A METODOLOGIA DE PORCENTEGEM (BAKER PERCENTAGE)

No método de porcentagem , a farinha é representada como 100 %, e os demais ingredientes como uma pocentagem da farinha. Exemplo: se eu vou utilizar 5 kg de farinha de trigo para elaborar um pão, estes 5 kg de farinha representarão 100%; e 3 kg de água gelada 60%, e assim sucessivamente.

INGREDIENTES

FARINHA................... (100 %)
ÁGUA GELADA............... ( 60 %)
SAL....................... ( 2 %)
AÇÚCAR.................... ( 1 %)
MARGARINA................. (2,5 %)
CONDICIONADOR DE FARINHA.. ( 1 %)
BANHA/GORDURA VEGETAL..... ( 1 %)
EMULSIFICANTE (Opcional).. (0,1 %)
FERMENTO BIOLÓGICO SECO... ( 1 %)




TEMPO DE FERMENTAÇÃO
Quantidade de Fermento Biol. Seco

1 % = 3 HORAS DE FERMENTAÇÃO
0,5 % = 6 HORAS DE FERMENTAÇÃO
0,25 % = 9 HORAS DE FERMENTAÇÃO

TEMPERATURA DO FORNO
200 a 210º C c/vapor

Processamento:
1 – Separar e pesar os ingredientes da formulação;
2 - Enviar os ingredientes secos à masseira;
3 - Acionar a masseira e misturar os ingredientes secos;
4 - Adicionar a água, preferencialmente gelada;
5 - Mexer até a massa desenvolver o ponto de véu de noiva;
6 - Verificar a temperatura da massa (24 a 28º C);
7 - Dar descanso de mesa de aproximadamente 10 minutos;
8 - Dividir e modelar os pães;
9 - Arrumar em esteiras, com a costura para baixo;
10- Dar o segundo descanso até atingir a fermentação ideal para o forneamento;
11- Antes de fornear os pães é necessário fazer um corte na massa com bisturí;
12- Fornear os pães em forno com vaporizador e acioná-lo.


OBSERVAÇÕES: a temperatura e o tempo de forneamento serão estabelecidos de acordo com a tecnologia de forneamento disposta em cada estabelecimento.