segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Os comportamentos essenciais do líder

Wilson Mileris- Como fechar a lacuna entre os resultados prometidos e os alcançados que os líderes buscam hoje nas empresas? O que faz exatamente um líder que está encarregado da tarefa de executar? Há quatro comportamentos essenciais que tornam o líder mais eficaz. 1) Conhecimento da sua equipe e da sua empresa Em empresas que não conseguem atingir os resultados prometidos, os líderes, em geral, não estabelecem um contato com a realidade do dia-a-dia. Eles recebem muita informação, mas permitem que sejam filtradas – apresentadas pelos seus subordinados diretos com suas próprias percepções, limitações e agendas ou coletadas por outros funcionários com suas próprias perspectivas. Os líderes não estão onde a ação está. Não estão envolvidos com a empresa, por isso não conhecem sua organização de forma abrangente, e seu pessoal não o conhece de verdade. 2) Autoconhecimento “Conhece-te a ti mesmo” frase atribuída a Tales de Mileto, um dos chamados 7 sábios da Grécia antiga e adotada por Sócrates como princípio e fim da sabedoria humana. Um grande número de líderes, com todos os requisitos e elementos para triunfar, não conseguem dominar a disciplina da execução. Apesar de terem capacidade, educação, talento e até uma personalidade marcante, não demonstram a firmeza emocional para lidar com a realidade do negócio e da organização ou fazer avaliações francas das pessoas que lideram. A firmeza emocional tem como principal fonte o autoconhecimento. Quando o líder se conhece ele aceita e lida com seus pontos fracos. Ele consegue ser firme e justo com as pessoas que não estão desempenhando bem suas funções e compreende a ambigüidade inerente de uma organização que se move rapidamente e é complexa. Como consultor presenciei vários líderes fracassarem por não adotarem a postura de serem firmes e justos na hora adequada. Um exemplo recente aconteceu numa distribuidora líder do seu segmento. O CEO tinha dois gerentes que se reportavam a ele. Um deles era responsável por 70 por cento do negócio da empresa, era um antigo e confiável colega, completamente leal ao CEO. Mas ele era hesitante e parcial em algumas decisões. Lá no fundo o CEO sabia disso, mas era incapaz de tomar a difícil decisão de dispensá-lo (não era a primeira vez que o CEO tinha de lidar com esse assunto e o deixou pendente; da vez anterior, outra pessoa “limpou a sujeira”). No final, o conselho ordenou que o CEO despedisse o gerente. Com isso, o poder passou para o conselho, e a conseqüência inevitável foi que o próprio CEO foi embora pouco tempo depois. Esse homem era inteligente e agradável às pessoas e conhecia o negócio. Mas não tinha inteligência emocional. Pelo contrário, tinha um bloqueio emocional que o impedia de lidar de forma honesta com a inadequação de seu gerente executivo. Os psicólogos sabem que algumas pessoas são limitadas, até mesmo incapacitadas, por bloqueios emocionais que as impedem de fazer as coisas que a liderança exige. Tais bloqueios podem levá-las a evitar situações desagradáveis, esquivando-se de conflitos, procrastinando decisões ou delegando sem fazer o acompanhamento devido. Na pior das hipóteses, podem levar o líder a humilhar os outros, sugar a energia e plantar a desconfiança. 3) Definição de Metas por Escrito As pesquisas sobre comportamento humano reconhecem e continuam a dar cada vez maior importância às práticas de planejamento e estabelecimento de metas como fatores de desenvolvimento pessoal. O que observei e constatei na minha vivência junto a vários empreendedores é que metas pré-estabelecidas são as forças mais influentes que atuam na motivação pessoal. Considerando que as empresas nascem e se desenvolvem em função das pessoas e que não conseguem ser mais poderosas e influentes dos que as pessoas que as representam, é lógico afirmar que as metas corporativas estão atreladas às metas pessoais dos seus líderes. O grande desafio dos líderes, nessa matéria, é compatibilizar as metas pessoais com as metas corporativas. Estabelecer prioridades é, no que tange às metas corporativas, o maior desafio que um executivo tem que enfrentar. Um líder que diz: “Tenho dez prioridades!” não sabe o que está falando – ele próprio não sabe quais são as mais importantes. Um líder eficaz precisa ter poucas metas e prioridades realistas que influenciam o desempenho geral da organização. Vou rever o caso de uma empresa que trabalhamos, onde a principal meta dela era sobreviver até que a demanda por seus produtos aquecesse novamente. Sua dívida era tão alta que ela esteve perto de violar os acordos com os credores. Nesse quadro, a prioridade máxima desta empresa era: Conservar o Caixa. Traduzindo: - manter os recebíveis e o estoque num mínimo, - vender os ativos que não são realmente necessários, - terceirizar a produção e - reduzir custos. Sua segunda prioridade era Concentrar-se nos Clientes para que pudesse construir uma base de receitas duradoura. Essas prioridades deveriam estar na cabeça de todos para influenciar os comportamentos e ações do dia-a-dia. Além de definir Metas claras, observei que os líderes que sabem executar comunicam suas prioridades de uma forma simples e direta. Eles falam simples e francamente sobre o que pensam. Eles sabem como simplificar as coisas de modo que os outros possam entendê-las, avaliá-las e agir sobre elas, de modo que aquilo que é dito por eles se torne senso comum. 4) Ampliar as habilidades das pessoas através do Feedforward É preciso maturidade para reunir as suas habilidades gerenciais e compartilha-las, sem egoísmo, com sua equipe, para vocês poderem ser grandes... juntos. Ampliar as habilidades dos integrantes da sua equipe é, fundamentalmente, orientar, educar, treinar, enfim compartilhar. Lembre-se que um líder só atinge esse status porque adquiriu muito conhecimento e experiência – em alguns casos até mesmo sabedoria – ao longo do caminho. Uma das partes mais importantes de seu trabalho é passá-los para a próxima geração de líderes. É assim que você amplia as habilidades de todos na organização, individual e coletivamente. Entendemos que a forma mais eficiente de orientar é observar uma pessoa em ação e então adotar o feedforward. Feed, como mecanismo alimentador e Forward, significando para frente, futuro. O feedforward joga luzes para questões do tipo: - O que posso fazer para ter melhor performance de hoje em diante? - O que posso fazer para ter melhores comportamentos de hoje para frente? - O que posso fazer hoje que iniciará um processo de mudança com ótimos resultados no futuro? - Que pequenas ações posso realizar hoje, e amanhã e depois de amanhã… O que o somatório dessas ações vão me propiciar no futuro? Os líderes mais eficientes na arte de executar são orientadores positivos. Por exemplo: O João é bom colaborador porém é um pouco lento na execução das suas tarefas. Como abordar esse assunto e ampliar as habilidades do João? Abordagem positiva: “João, você está fazendo um bom trabalho no seu setor. Você realmente está cuidando de todos os detalhes. Parabéns por isso! Entretanto, vejo que estamos um pouco atrasados na programação do mês. Você tem alguma idéia para você terminar o trabalho do seu setor dentro do prazo?” Outro exemplo: Estimular a Kátia a ser mais criativa. “Kátia. Você realmente conseguiu dominar o seu departamento. Considero seu trabalho de muito bom nível. Kátia, considerando o conhecimento que tem da área, tem alguma sugestão para ampliarmos as suas atribuições ou responsabilidades, para você poder contribuir mais para a eficiência da nossa organização?” A habilidade de dar orientação é a arte de questionar. Fazer perguntas objetivas força as pessoas a pensar, a descobrir e a buscar soluções. O treinamento é uma parte importante na ampliação das habilidades das pessoas. Segundo uma pesquisa feita pela McKinsey com 1.000 companhias americanas e apresentada pela revista Exame do dia 13 de abril de 2005, o desenvolvimento de subordinados figura como uma das principais atividades em que os diretores gostariam de gastar mais tempo. Desenvolver colaboradores é a essência da ampliação das habilidades pela orientação. Em suma, se um líder quiser dominar os comportamentos essenciais de um líder, tem que reunir essas quatro habilidades para executar com consistência. Ele precisa aprender como combinar suas habilidades às de todos os outros na sua equipe. Todos, na equipe, precisam se envolver. Não pode haver nenhum peso morto – é muito pesado... e custa muito caro. Prof. Wilson Mileris,www.mileris.com.br ou entre em contato pelo telefone (11) 2373-0965. Fonte: Padaria Moderna.

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