sábado, 19 de fevereiro de 2011

Faltam 6 mil padeiros em Minas


Publicação: 03/02/2011 06:29

Marinella Castro

Padarias de todo o país estão em busca de padeiros e confeiteiros, profissionais que, nos últimos anos, sumiram do mercado sem acompanhar os avanços das empresas da panificação que, em 2010, cresceu 13,7%, faturando R$ 56,3 bilhões. No ano passado, foram abertas em todo o país 50 mil postos de trabalho no setor, mas apenas 50% da demanda foi preenchida. Segundo a Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip), responsável pelo levantamento do total de vagas em aberto, cerca de 20 mil estão à espera dos profissionais que realmente colocam a mão na massa. Em Minas Gerais, a estimativa é que a demanda reprimida do setor chegue a 6 mil postos de trabalho.

Profissionais prontos para fabricar pães especiais, produtos artesanais, bolos e biscoitos valem ouro e têm pressionado os salários . Há 10 anos, a remuneração não costumava ultrapassar o salário mínimo. Hoje, em Minas Gerais, o salário inicial é de R$ 1 mil, podendo chegar a R$ 3 mil. Profissionais com alta qualificação na produção de bolos finos e pães, que seguem receitas internacionais, são disputados por supermercados e padarias e chegam a ganhar de R$ 4 mil a R$ 5 mil ao mês.

O gargalo da mão de obra vem da falta de qualificação. A formação não acompanhou a transformação do negócio. Hoje, o bom e tradicional paõzinho francês se tornou apenas chamariz para uma infinidade de produtos em padarias sofisticadas. “O setor passou por um boom de crescimento e não houve trabalho para a formação da mão de obra, o que está sendo feito agora”, diz o presidente da Abip, Alexandre Pereira. Empresário do segmento, ele precisou importar profissionais de BH para preencher vagas em Fortaleza.

No ano passado, a panificação gerou 758 mil empregos diretos e 1,8 milhão de indiretos, 50 mil a mais do que em 2009. Em Minas Gerais, são 170 mil empregos diretos, sendo 56 mil vagas para padeiros e confeiteiros. A estratégia utilizada pelos empresários tem sido investir nos jovens que buscam o primeiro emprego para transformá-los em padeiros. Ainda assim, o desafio é grande.

O presidente do Sindicato da Indústria do Pão em Minas Gerais, Luiz Carlos Caio Carneiro, explica que foram abertas 100 vagas no ano passado para curso de formação e qualificação realizado pela Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão), que reúne a associação e o sindicato do setor, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), mas somente 24% das vagas foram preenchidas. “O curso é gratuito, com a oferta de bolsa de R$ 300, mais vale-transporte. Ainda assim, é difícil preencher as vagas.”

O gerente de produção Fabrício de Oliveira começou na padaria Gran Vitória, na Região Centro-Sul de BH, e fazia serviços gerais. Com cursos de qualificação, se tornou ajudante de padeiro. Daí, para o cargo de padeiro/confeiteiro foi um pulo. Hoje, é gerente de produção. “Faço gerenciamento da fabricação, manipulação, melhoramento e criação de novas receitas”, diz ele, que ganha cinco vezes mais que no início da profissão.

Amipão
. Associação Mineira da Indústria da Panificação
. Avenida do Contorno, 4610 - Bairro Funcionários
. Telefone: (31) 3282-7559
. Informações: www.amipao.com.br

Fonte: Estado de Minas

Em falta // À espera de novos padeiros

Edição de quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

São Paulo - O setor de panificação gerou no ano passado 758 mil empregos diretos e 1,8 milhão de indiretos, 50 mil a mais do que em 2009. Apesar disso, apenas 25 mil vagas foram preenchidas. As outras 25 estão em aberto esperando profissionais qualificados, diz o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Panificação, Marcio Rodrigues. A qualificação da mão de obra é um gargalo que a entidade está tentando resolver com o Senai e empresas de qualificação profissional. Rodrigues adverte para outro gargalo que está impedindo que as pessoas sejam contratadas: a modernização dos processos de gestão de pessoas nas padarias. Segundo ele, as empresas de panificação precisam ser interessantes aos candidatos.

Fonte: Diário de Pernambuco

Moinho Globo conquista prêmio de embalagem


O Moinho Globo Alimentos, indústria localizada em Sertanópolis (45 km de Londrina- PR) começou 2011 comemorando a conquista de mais uma premiação de abrangência nacional. Depois de ter sido eleita no ano passado uma das 150 melhores empresas do Brasil para se trabalhar pelo guia das revistas Você S.A/Exame, a indústria paranaense agora é uma das vencedoras do Prêmio Brasileiro de Embalagem Embanews – Troféu Roberto Hiraishi, realizado pela revista Embanews.

A empresa foi destacada na categoria design/programação de embalagem com o produto farinha de trigo Famiglia Venturelli Gourmet, lançado em 2010. Apresentando um formato inédito no mercado brasileiro no segmento de farinhas de trigo – caixinha com peso de 500 gramas – a embalagem foi criada pela agência Ideia Brasil Design, de Londrina.

De acordo com Paulo Isper, diretor da Ideia Brasil, foram cerca de seis meses de trabalho entre criação e desenvolvimento da embalagem da Famiglia Venturelli Gourmet, num processo que demandou grande envolvimento das equipes da agência e do Moinho Globo Alimentos e da gráfica responsável, a Midiograf, também de Londrina. “Como é um produto superior, top no segmento, a embalagem precisava evidenciar isso”, explica Isper.

A opção pela caixinha de papel laminado fosco, ao invés do tradicional pacote de papel das farinhas comuns, foi inspirada nas embalagens de chocolates importados. “O objetivo era transmitir ao consumidor a sensação de estar adquirindo um produto realmente especial, diferenciado, de qualidade incomparável”, complementa o diretor da agência.

Na opinião do coordenador de Marketing do Moinho Globo Alimentos, Fernando Libos, o fato de a embalagem ter sido vencedora do prêmio Embanews, um dos mais importantes do setor no país, coroa um trabalho de equipe que foi muito bem sucedido e alcançou o objetivo de posicionar a marca Famiglia Venturelli no segmento do mercado superior de farinhas de trigo.

A cerimônia de entrega do Prêmio Brasileiro de Embalagem Embanews – Troféu Roberto Hiraishi será realizada no mês de abril, em São Paulo.

Fonte: Padaria Moderna

Crédito a empresas cresce 0,6% em janeiro


De acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda das Empresas por Crédito, a quantidade de empresas que procurou crédito cresceu 0,6% em janeiro de 2011 em relação ao último mês de 2010. Na comparação com o mesmo mês do ano passado (janeiro de 2010), a demanda das empresas por crédito avançou 0,9%, a menor taxa de crescimento anual em seis meses.

O fato da demanda das empresas por crédito ter registrado, em janeiro/11, a menor taxa anual de expansão dos últimos seis meses (0,9%) é um sinal de que as medidas de restrição ao crédito recentemente adotadas e o processo de elevação dos juros também deverão afetar negativamente a evolução da procura por crédito das empresas ao longo dos próximos meses, observam os economistas da Serasa Experian.

Análise por porte

O avanço da demanda das empresas por crédito em 2010 foi determinado pelo crescimento de 0,8% registrado pelas micro e pequenas empresas, uma vez que tanto nas médias quanto nas grandes empresas, a procura por crédito recuou 1,7% e 1,8%, respectivamente, no primeiro mês do ano.

Na comparação com o janeiro de 2010, somente as micro e pequenas empresas apresentaram variação positiva na sua procura por crédito (alta de 1,1%). Já nas médias houve queda de 2,6% e nas grandes empresas houve recuo de 0,3% na comparação com janeiro/10.

Análise por região

Todas as regiões geográficas do país, com exceção do Sul (queda de 2,4% frente ao último mês de 2010), exibiram crescimento nas demandas das empresas por crédito em janeiro/11. A maior delas ocorreu no Centro-Oeste (alta de 2,8% frente a dezembro de 2010), seguido da região Sudeste (crescimento de 1,7%).

Na comparação anual, isto é, contra janeiro de 2010, o maior crescimento da demanda das empresas por crédito também ficou por conta da região Centro-Oeste (+2,6%), seguido de perto pela região Sul (+2,0%).

Análise por setor

As empresas do setor comercial lideraram a expansão da demanda por crédito no primeiro mês de 2011, crescendo 2,8% em comparação a dezembro/2010. Na indústria a alta mensal foi de 1,0% e somente o setor de serviços apresentou queda da procura por crédito em janeiro/11 (recuo de 2,1%).

Fonte: Padaria Moderna

A corrida da qualificação

19/02/2011

A falta de técnicos para sustentar a expansão da economia lança as empresas numa gincana para contratar e formar profissionais. Só neste ano, será preciso treinar 1,3 milhão a mais do que em 2009 - como fazer isso?

Andre Valenti

Diploma Alemão: A Comanhia Siderúrgica do Atlântico, que começa a funcionar em julho, treinou 75% dos operários e enviou mais de 200 metalúrgicos para fazer cursos na sede da sócia ThyssenKrupp na Alemanha



Por RENATA AGOSTINI | 31.03.2010 | 10h43

Um grupo incomum de passageiros tomou boa parte de um voo da Varig que decolou do Rio de Janeiro rumo a Frankfurt em julho de 2007. No avião, 35 metalúrgicos da Companhia Siderúrgica do Atlântico, então ainda em fase de construção, partiram para temporadas de até um ano de treinamento na sede mundial da ThyssenKrupp, na cidade alemã de Duisburg. Desde então, outros 175 brasileiros já foram enviados à matriz pela multinacional, dona da CSA em sociedade com a Vale. Os "200 da Alemanha", recrutados na concorrência por salários em média 20% maiores, formam hoje a elite dos 2 300 empregados da CSA, usina que será inaugurada em julho em Santa Cruz, na região metropolitana do Rio de Janeiro, e terá capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de aço por ano. Desse total de funcionários, apenas 600 já tinham qualificação para as funções que iriam ocupar. Os outros 1 700, com pouca ou nenhuma experiência, tiveram de ser treinados no canteiro de obras desde 2007, quando os primeiros tratores começaram a terraplenagem. "O Brasil vive uma enorme carência de profissionais qualificados, e não dava para pensar num projeto dessa magnitude com tanta gente sem experiência. O jeito foi treinar 75% da força de trabalho", diz Valdir Monteiro, diretor de recursos humanos da ThyssenKrupp CSA.

Embora a discussão sobre a necessidade de formar profissionais com nível superior seja antiga no país, a carência de mão de obra de nível médio - como soldadores, operadores de máquinas, pedreiros e carpinteiros - é relativamente recente e desconcerta governo e empresas. "A falta de gente qualificada é uma de nossas piores fraquezas, pois impede que o país cresça por vários anos seguidos", diz Marcelo Odebrecht, presidente do grupo formado por oito empresas, entre elas a maior construtora do país. "A consequência é a frustração dos investimentos pela perda de qualidade, de produtividade e, consequentemente, de aumento de custos. Esse é um verdadeiro drama para a economia."

Como ainda não se conseguiu produzir um plano integrado para atacar o problema, o resultado é uma espécie de gincana nacional de treinamento e seleção - com empresas roubando profissionais umas das outras. "Há três anos só se falava em falta de profissionais de ponta", diz Vicente Picarelli, especialista em gestão de pessoas e sócio da consultoria Deloitte. "Agora as empresas estão sendo obrigadas a planejar toda a sua necessidade de pessoal no longo prazo." O setor privado, que se acostumou a investir em qualificação, está novamente tendo de resolver o problema à sua maneira. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que ao menos 20% das pessoas com algum tipo de formação técnica saem dos cursos do Sistema S, como os do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que ampliou suas vagas em 18% desde 2006. No mesmo período foram criadas pelo menos 150 universidades corporativas no Brasil, segundo um estudo da pesquisadora Marisa Eboli, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. A Vale, que criou em 2003 uma universidade corporativa, chegou a formar 1 900 pessoas no ano passado em funções como maquinista ou técnico de manutenção depois de ampliar o treinamento para cursos externos. A mineradora, a caminho de voltar aos níveis de produção que tinha em 2008, terá de contratar 6 000 funcionários no Brasil e estima investir 60 milhões de reais em treinamento.

Mesmo quem não atua em setores que exigem formação muito especializada, como os varejistas, já começou a rever sua forma de recrutar funcionários. O Walmart planeja 10 000 admissões neste ano para sustentar a abertura de 100 novas lojas. Desse contingente, 1 500 serão o que a rede chama de "eiros" (padeiros, confeiteiros, açougueiros), especialistas já em falta no mercado. "Os profissionais desse tipo estão no pequeno comércio e não fizeram cursos formais. Teremos de treinar pelo menos 400 deles", diz Marcos Próspero, vice-presidente de recursos humanos do Walmart no Brasil. A empresa criou, no segundo semestre de 2009, um centro de treinamento só para formar os "eiros". A primeira turma começou em outubro, na Bahia. Até o final deste ano, 1 000 jovens profissionais devem ser formados.

Mas não são apenas as empresas que têm de aprender a planejar a preparação de mão de obra. Os formuladores de políticas públicas também precisam começar a oferecer alternativas à altura do desafio, e para isso têm de melhorar a qualidade dos dados com que trabalham. Recentemente, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento, divulgou um estudo indicando que haverá sobra de 653 000 pessoas no mercado de trabalho brasileiro em 2010. No próprio estudo, porém, os números por setor e por estado sugerem que o cenário é bem mais duro do que aparenta. Faltam profissionais em áreas tão variadas como comércio, hotelaria, indústria, saúde e educação, em porções diferentes distribuídas por quase todo o país. O número geral positivo da oferta de trabalhadores superior à demanda esconde a realidade localizada da carência de mão de obra qualificada para muitas funções. Essa é a realidade percebida pelas empresas que estão expandindo os negócios. O fato é que há um paradoxo que o Brasil ainda está longe de solucionar: de um lado, milhares de desempregados pouco ou nada qualificados em busca de um lugar no mercado de trabalho e, de outro, a carência de profissionais que possam desempenhar as tarefas de uma economia mais moderna, na qual o domínio de alguma tecnologia é mandatório.

COMO NÃO É POSSÍVEL DESLOCAR automaticamente as pessoas que estão sobrando para preencher os postos em aberto, antes de começar a planejar devese saber qual o tamanho do esforço a ser feito. Nas últimas semanas, EXAME pesquisou os bancos de dados do Senai e dos ministérios do Trabalho, da Ciência e Tecnologia e do Turismo sobre 12 setores, que incluem desde siderúrgicas como a CSA até fornecedores da cadeia de petróleo e de tecnologia da informação. O resultado mostra que, além dos 6 milhões de trabalhadores que todo ano já recebem algum tipo de qualificação, será preciso formar mais 1,3 milhão só em 2010. Para efeito de comparação, seria como formar o equivalente a 140% das pessoas que conseguiram emprego formal no ano passado e 54% do que o Senai formou no mesmo período.

Ainda assim, representantes do governo e do setor privado evitam falar em apagão de mão de obra. "As empresas sempre encontram uma alternativa. Nunca uma indústria parou ou uma obra deixou de ser construída por falta de gente", diz Carlos Maurício Prado, presidente da Abemi, associação que reúne empreiteiras e empresas de engenharia. É verdade que o país tem 6,5 milhões de desempregados e, a cada ano, 1,7 milhão de trabalhadores entram no mercado. E também é fato que um terço dessas pessoas tem alguma qualificação e experiência. Mas os indícios são de que a oferta de mão de obra e a demanda das empresas estão ficando perigosamente desequilibradas. Conforme um estudo recente da Confederação Nacional da Indústria, a demanda por profissionais de nível médio cresceu 200% no Brasil de 1995 a 2005. A entidade concluiu que, sempre que o país cresce a taxas superiores a 4% ao ano, faltam braços. Os economistas preveem crescimento econômico anual de 5% nos próximos cinco anos. Ou seja, o problema só tende a se agravar. Em países mais desenvolvidos, é alta a proporção de alunos que saem do ensino médio com algum tipo de preparação para o mercado. Na Finlândia, que tem um dos melhores sistemas educacionais do mundo, 88% dos jovens concluem o ensino médio com qualificação profissional. No Chile, a proporção é de 32%. No Brasil, onde há seis estudantes universitários para cada aluno de curso técnico - relação inversa à dos países desenvolvidos -, apenas 8% dos jovens concluem um curso médio de nível técnico. "Além de pouco difundido, o ensino profissionalizante no Brasil é visto com preconceito, apesar de ser tão importante para a economia quanto o ensino superior", diz Alberto Rodriguez, estudioso de inovação e competitividade no Banco Mundial.

É justamente a competitividade - ou a falta dela - a principal preocupação das empresas que correm para formar profissionais por conta própria. Isso porque treinar profissionais, além de dinheiro, requer tempo. A dificuldade para resolver essa equação impõe um preço. "Se não tiver pessoal e a ferrovia não ficar pronta, o produto vai demorar mais para chegar ao porto. O comprador da China não quer saber de desculpas e irá comprar de outro país", diz Glauco Arbix, coordenador do Laboratório de Inovação e Competitividade da USP.

UM DOS SETORES QUE MAIS correm o risco de ter a competitividade afetada pela escassez de mão de obra é o de petróleo. A Petrobras, que prevê investir 220 bilhões de reais até 2014, tem por norma contratar 60% de insumos e serviços de empresas nacionais. Mas, para suprir essa demanda, a cadeia de fornecedores terá de qualificar cerca de 600 000 profissionais, sem contar os 200 000 necessários para a própria Petrobras, que exigirão da estatal 550 milhões de reais até 2013. Os recursos vão para o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que já se tornou o maior plano de qualificação financiado por uma empresa no mundo. Mas nem os dirigentes do Prominp sabem ao certo se o Senai e outras instituições envolvidas conseguirão formar toda essa gente a tempo. "O risco de não preparar a indústria é a Petrobras ter de aumentar a importação de equipamentos e insumos", diz José Renato Almeida, diretor executivo do Prominp. "Há todo um país para construir e falta gente em todos os setores. Se as empresas nacionais não fizerem, alguém o fará", completa Marco Dalpozzo, ex-diretor de recursos humanos da Vale e sócio da consultoria Intervir.

Se o Brasil fosse um país aberto à imigração, uma saída seria, ao menos temporariamente, buscar especialistas fora. Os Estados Unidos fazem isso há décadas levando cérebros da Europa e da Ásia para trabalhar em suas empresas e institutos de pesquisa. Os americanos ganham com a oxigenação de seu mercado de trabalho e mesmo os países fornecedores são beneficiados pela volta de mão de obra mais experiente. No Brasil, desde a década de 30 a entrada de forasteiros é limitada. Pela lei, as empresas só podem alocar estrangeiros em funções para as quais comprovadamente não haja profissionais no país. "Além de ser difícil, trazer trabalhadores de fora em grande número é caro", diz Fábio Romão, consultor da LCA. "A tendência é virem grupos menores, muito qualificados, para treinar os brasileiros. Quando se trata de mão de obra barata, o risco de imagem que uma polêmica com sindicatos pode trazer não vale a pena." A ThyssenKrupp passou por isso. Foi alvo de uma celeuma em 2008, quando trouxe 600 chineses para construir uma parte da CSA. A empresa teve autorização do Ministério do Trabalho, mas não pôde evitar o protesto do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia nem uma ação civil do Ministério Público do Trabalho.

O Estaleiro Atlântico Sul, instalado em Suape, em Pernambuco, aproveitou uma nova conjuntura mundial para conseguir mão de obra especializada. No início deste ano, seus executivos foram buscar no Japão 200 soldadores brasileiros de ascendência oriental, os decasséguis. "Tenho de construir 12 navios nos próximos três anos e não podia correr o risco de perder o prazo. Perguntei à diretora de RH onde poderíamos encontrar profissionais de imediato e ela apontou o Japão", afirma Ângelo Bellelis, presidente do Atlântico Sul. Embora seja uma boa ideia, esse tipo de solução tem suas limitações. Para o Brasil resolver de fato o hiato de mão de obra qualificada, será preciso muito mais criatividade - e um preço pelo atraso de décadas no investimento em educação será inevitavelmente pago pelas empresas.

Está sobrando ou está faltando?

Um estudo do Ipea sobre o mercado de trabalho identificou que, no balanço geral do país, a oferta de mão de obra em 2010 deve superar a demanda em mais de 650 000 pessoas. Esse número, no entanto, esconde realidades regionais de falta de pessoal qualificado em diversos setores de atividade

O mapa das carências

As unidades da federação e os setores em que deve haver mais falta de mão de obra neste ano (diferença entre oferta e demanda)

São Paulo
Administração pública: 10 180
Educação, saúde e serviços sociais: 21 869
Hotelaria e alimentação: 28 571
Construção: 50 941
Comércio e serviços técnicos • 134 563

Rio de Janeiro
Hotelaria e alimentação: 4 441
Construção: 14 363
Comércio e serviços técnicos • 29 908

Paraná
Hotelaria e alimentação: 4 927
Comércio e serviços técnicos: 16 177
Indústria: 21 348

Minas Gerais
Construção: 3 599
Educação, saúde e serviços sociais: 9 804
Comércio e serviços técnicos: 30 466

Rio Grande do Sul
Construção: 2 215
Hotelaria e alimentação: 5 843
Comércio e serviços técnicos: 21 842

Santa Catarina
Hotelaria e alimentação: 5 142
Educação, saúde e serviços sociais: 5 188
Comércio e serviços técnicos: 16 769

Ceará
Indústria: 7 191
Comércio e serviços técnicos: 8 205

Espírito Santo
Hotelaria e alimentação: 5 262
Comércio e serviços técnicos: 9 666

Pernambuco
Indústria e construção: 7 694
Comércio e serviços técnicos: 3 507

Rondônia
Construção: 8 661

Maranhão
Comércio e serviços técnicos: 6 065

Goiás
Indústria: 5 655

Distrito Federal
Indústria e construção: 5 577

Sergipe
Indústria: 2 599

Mato Grosso
Comércio e serviços técnicos: 2 090

Os setores mais carentes

Áreas de atividade em que o balanço entre oferta e demanda de mão de obra é negativo no total do país


Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

Inversão de prioridades

O Brasil promoveu a expansão do ensino universitário nos últimos anos, mas o nível técnico evoluiu pouco... (número de estudantes matriculados, em milhões)


...e a grande maioria dos jovens brasileiros não recebe qualificação profissional (proporção de jovens(2) que concluem cursos técnicos)



(1) Cursos técnicos de nível médio em instituições públicas, privadas e no Senai (2) Do total em idade de conclusão do ensino médio em cada país Fontes: MEC, OCDE, Senai e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Fonte: Portal Exame

Vagas de emprego para padeiros chegam a 25 mil em todo país

Sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011 - 19h44

Vagas de emprego para padeiros chegam a 25 mil em todo país
Jornal da Band
pauta@band.com.br

Estão abertas em todo o Brasil 25 mil vagas de emprego para padeiros. O problema é que com o aumento da demanda, o mercado de panificação sofre com a falta de padeiros qualificados.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria da Panificação, há cerca de 25 mil vagas em aberto no Brasil. Para preenchê-las não basta apenas colocar a mão na massa, é necessário ter capacitação. O mercado exige profissionais prontos para fabricar pães especiais, produtos artesanais, bolos e biscoitos.

Os salários podem chegar a R$ 5 mil por mês. Para atrair interessados, o Senai, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, oferece em todo o país cursos gratuitos para formar padeiros e confeiteiros.

Fonte: Band

Empresas reclamam de falta de padeiros

Gustavo Stivali

A dificuldade para encontrar mão de obra está entre os motivos que levaram o setor de panificação em Uberlândia a crescer apenas 7% em 2010, metade do índice de crescimento registrado em Minas Gerais. Atualmente existem 125 vagas disponíveis na cidade e os empresários estão bancando cursos e aumentando salários para garantir funcionários nas padarias. Os vencimentos no setor variam de R$ 620 (piso) a R$ 2,7 mil (chefe de produção).

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria de Uberlândia (Sindipan), Milton Inhaquitti, até o fim do ano o número de vagas abertas pode aumentar para 150. “Hoje, a padaria não vive só da venda de pão e leite. Vendem-se doces, bolos, roscas, biscoitinhos, salgados e outras coisas que um padeiro precisa saber fazer”, afirmou.

Com o piso inicial de R$ 620, o setor sofre com a migração da mão de obra para outras áreas, como construção civil, atraída por salários maiores. “Estamos tendo resistência dos jovens também, que estão muito focados em informática”, disse Inhaquitti. Para tentar suprir a demanda, o presidente do Sindipan afirmou que existem desde programas de requalificação profissional, bancados pelos patrões, a cursos gratuitos de aprendizagem.

Para evitar a evasão de empregados, há empresários que elevam os valores dos salários. Dono de uma panificadora no bairro Vigilato Pereira, zona sul, Sérgio Augusto Silva paga ao seu chefe de produção um valor próximo a cinco salários mínimos. “Se você não se dispuser a reter e treinar o funcionário, corre o risco de ficar sozinho”, disse.

CURSOS

Senai forma profissionais

Empresários que queiram aperfeiçoar o trabalho dos padeiros de suas empresas podem procurar o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para fechar parcerias. Segundo o gerente da instituição, Celso Medina Falavigna, os cursos são de curta duração, variando de 20 a 100 horas. “Temos também cursos gratuitos de aprendizagem voltados para jovens de 16 a 24 anos incompletos”, afirmou. A profissionalização dura seis meses, e o interessado deve passar por um processo seletivo, cuja inscrição se inicia em maio. É necessário ter o ensino fundamental completo.

PANIFICAÇÃO

Crescimento em Uberlândia
7% em 2010
Faturamento: R$ 10,4 milhões

Crescimento em Minas
13,7% em 2010
Faturamento: R$ 56,3 bilhões

Radiografia em Uberlândia
348 padarias
2.150 padeiros
626 mil pães/dia
R$ 620 – piso salarial
R$ 2,7 mil – salário chefe de produção

Vagas abertas
125
150 até o fim do ano

Cursos
Senai
Rua Evaristo Vicentini, 245
Roosevel
3228-5200


7/02/2011 7:42
Fonte: Correio de Uberlândia

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Forno consome 70% da energia elétrica usada nas padarias


Das 63 mil padarias brasileiras, 96% são micro e pequenas empresas, de acordo com dados do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC)

Mariana Flores

Padarias brasileiras reduziriam em 20% seus custos


Brasília - "O apelo principal é a redução do consumo. Dizer ao empresário que ele vai economizar é até mais eficiente do que a força da lei. Nas padarias muito pequenas, o forno chega a representar 70% do consumo total de energia elétrica contra 30% verificado nas panificadoras maiores. Então, mesmo não sendo obrigatório, se o forno realmente fizer o empresário poupar, ele vai trocar", afirma o presidente do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC), Márcio Rodrigues.

Das 63 mil padarias brasileiras, 96% são micro e pequenas empresas, de acordo com dados do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC). A troca dos fornos por outros mais eficientes deve pesar no orçamento, mas o investimento pode ser recuperado em até um ano em função da queda no consumo de energia, segundo expectativa do presidente do ITPC.

O Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) é um programa de eficiência energética coordenado pelo Inmetro. Fazem parte dele, atualmente, 31 programas de avaliação da conformidade que utilizam a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia para informar os consumidores sobre o desempenho dos produtos, comparando-os quanto à sua eficiência energética.

Seus objetivos são fornecer informações úteis para os consumidores, de forma a influenciar uma decisão de compra mais consciente, além de estimular o processo de melhoria contínua da indústria. Refrigeradores, condicionadores de ar, lavadoras de roupa, fogões e fornos a gás, coletores solares, motores elétricos, televisores, veículos e até edifícios são etiquetados pelo PBE, que contribui para que o País atinja as suas metas de economia de energia.

"A expectativa é que até julho deste ano tenhamos um regulamento de avaliação da conformidade com os parâmetros. A partir daí, vamos fazer os ensaios e começar a nos adequar", afirma o secretário executivo da Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos, Ingredientes e Acessórios para Alimentos (Abiepan), Armando Taddei Junior.



Fonte: www.agenciasebrae.com.br

Faturamento das padarias brasileiras cresce 13,7% em 2010


Postada em 03-02-2011 às 04:37:55

O pãozinho diário ainda permanece no gosto da população brasileira, tanto que o faturamento do setor da panificação do país aumentou 13,7% em 2010, equivalente a R$ 56,3 bilhões segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip).


Em 2009, o faturamento foi de R$ 49 bilhões, que representou crescimento de 12,61% em comparação com o ano anterior.


A modernização e ampliação das padarias também influenciaram o crescimento do número de postos de trabalho nesta área. No ano passado 50 mil vagas foram abertas, um aumento de 3,4% em relação a 2009, mas apenas metade foi preenchida.


Falta de mão de obra qualificada


O coordenador nacional do Programa de Apoio à Panificação (Propan) da Abip, Márcio Rodrigues, afirma que 25 mil vagas não foram preenchidas por porque não há mão de obra qualificada. Hoje a panificação é responsável por 758 mil empregos diretos e 1,8 milhão de empregos indiretos.


Em 2010, o país tinha 63,2 mil padarias, das quais 20% na informalidade. Apenas 5% lideram o processo de modernização do setor, outros 22% são emergentes, 27% vivem na estagnação e 25% são conservadoras e têm a tendência de desaparecer.


Impostos


Mesmo assim, o número de clientes aumentou 2,8% e o valor médio gasto por cliente teve elevação de 10,9% em 2010, contra 8,97% em 2009 .O número também é decorrente do alto valor dos impostos cobrados pelo governo, que chegam a 16% do preço final do pão francês.


Os parlamentares devem participar de um encontro com representantes do setor da panificação em fevereiro onde, de acordo com o diretor executivo da Abip, Giovani Assis Mendonça, será apresentada a necessidade de desonerar o pão francês. "Sabemos que a desoneração impactará no preço do pão francês, sabemos que ele é um produto consumido por todas as classes e, principalmente, porque é o pão que o brasileiro consome de forma expressiva dentro desse mix de produtos vendidos nas padarias" acredita Mendonça.



Legenda Foto: Hoje os tributos chegam a 16% do valor final do pão francês. Foto Divulgação


Fonte: Propan

Setor de panificação procura profissionais qualificados


Postada em 08-02-2011 às 04:48:19



O setor de panificação e confeitaria gerou, no ano passado, 758 mil empregos diretos, 50 mil a mais do que em 2009. Mas a falta de mão de obra qualificada fez com que apenas 25 mil delas fossem preenchidas. As outras continuam à espera de candidatos. Nesta semana, são oferecidas 120 chances no Rio.

Para o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Panificação (Abip), Marcio Rodrigues, é preciso investir em cursos para conquistar uma posição no mercado. Ele diz que o setor oferece bons rendimentos para quem investe na carreira.


— Em média, os salários giram em torno de R$ 800 no país. Mas há casos de padeiros e confeiteiros que chegam a ganhar R$ 6 mil por mês — diz Rodrigues.


Estudos


Para a área de panificação, há uma série de cursos que formam profissionais em poucos meses. No Senai, são seis meses de aulas teóricas e práticas. A técnica em Educação na Área de Alimentos do Senai, Priscila Resende, afirma que a procura pelos cursos tem aumentado:


— Recebemos cerca de cinco ofertas de emprego por semana para os alunos. Temos pessoas que já trabalham na área, querem investir na carreira ou abrir um negócio.


É nesse último caso que se encaixa o biólogo Spencer Figueiredo, de 53 anos. Funcionário da empresa da família e representante comercial de outra, ele decidiu fazer cursos na área de panificação. Apaixonou-se pela área e, agora, é dono de uma fábrica de salgados e tortas.


— Fazer cursos é importantíssimo porque nessa área $as técnicas é fundamental para não desperdiçar material. Quem quer deve apostar, sim, nessa área. Há muitos empregos — afirma Figueiredo.


Como empregador, Figueiredo afirma que falta mão de obra qualificada.


— Tenho dificuldade para contratar. Quem quer uma carreira precisa se dedicar.




Foto: Os alunos do curso de panificação do Senai aprendem técnicas para fazer desde receitas mais simples às mais sofisticadas / Fotografia: Fábio Guimarães


Fonte: Jornal Extra

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Profissionalização nas empresas

(*) Miguel Abdo

No momento em que o Brasil se torna um dos destinos preferidos dos investidores estrangeiros, em especial o segmento de médias empresas, mais do que nunca, o dilema da profissionalização aparece com muita força. O investidor busca essencialmente empresas que tenham um bom potencial de crescimento e que estejam em setores importantes da economia. O nível de transparência e as boas praticas de gestão corporativas também são levados em consideração na hora de investir, já que, geralmente, o investidor estrangeiro é avesso a risco. Adotar boas práticas está diretamente ligado à capacidade de crescimento sustentado e à própria perenidade do negócio. Ou seja, é uma questão de sobrevivência e crescimento.

Principalmente em empresas familiares, a necessidade de profissionalização de gestão é evidente. Estima-se que apenas 15% das empresas familiares sobrevivem à terceira geração. Na maioria dos casos, o desaparecimento está ligado diretamente a conflitos entre os familiares e a ausência de uma profissionalização da gestão. A história mostra uma série de exemplos de empresas familiares de médio porte que não adotaram boas práticas de gestão - ou não sofreram um processo de profissionalização - e acabaram desaparecendo mesmo antes de se tornarem realmente grandes.

Há exemplos de empresas familiares dos mais diversos segmentos que não conseguirem crescer o suficiente e nem ao menos sobreviver ao longo do tempo. Rede Zacharias, Casa Jose Silva, BRA, G Aronson, Arapuã, Casa Albano, Casa Pekelman são alguns casos bem conhecidos. Apesar da particularidade de cada um, podemos afirmar que todas estas empresas sucumbiram principalmente por falta de gestão adequada e também pela incapacidade de seus fundadores de abandonarem o velho estilo de gestão que os sustentou ao longo do tempo.

Algumas medidas simples podem ajudar a evitar este tipo de cenário. Considerando especificamente as empresas de gestão familiar, planejar a sucessão com antecedência, criar um conselho com integrantes externos e definir, inclusive, um ‘acordo de família’ são pontos que podem garantir a sobrevivência da companhia.

Por outro lado, há uma série de exemplos de empresas familiares que souberam profissionalizar a companhia e adotaram boas práticas corporativas. Entre elas, podemos citar cases como Pão de Açúcar, Odebrecht, Camargo Correa e Gerdau. Assim como o grupo de empresas citado anteriormente, todas também são familiares, porém cresceram e prosperaram basicamente modernizando os seus processos e permanecendo atualizadas por meio da adoção de boas práticas de gestão corporativas.

A probabilidade de uma empresa de porte médio crescer, se desenvolver e perenizar sem a adoção de praticas de gestão é extremamente baixa. Ainda mais com a globalização, a ascensão chinesa e a informatização da receita federal – que impede qualquer tipo de alteração de dados fiscais -, o crescimento de uma companhia, a atratividade para possíveis investidores e o ganho de competitividade estão diretamente ligados à gestão. E, para ser eficiente, a gestão precisa ser profissional.

*Miguel Abdo é diretor da Naxentia, graduado em engenharia mecânica, possui especialização em General Management (Kellogg University), MBA pela Ibmec e extensão em Marketing na ESPM.Especialista em crescimento acelerado, antes de ingressar na Naxentia, foi diretor da Promon, Toshiba, DBA e United Technologies.

Fonte: Padaria Moderna

As lições do concorrente

*Dalmir Sant'Anna

Nos mais diversos segmentos, o concorrente é encarado como um verdadeiro monstro, inimigo voraz, ou ainda, afrontado como um adversário imbatível. Na prática, o que leva estas afirmações serem reais? O que faz um profissional de vendas aceitar pacificamente a perda de um negócio para outro fornecedor? Por qual motivo, algumas pessoas desistem de uma negociação, ao saber da presença de outra empresa? Imagine como seria interessante competir, em um mercado, onde todas as empresas praticassem a ética, sustentabilidade, respeito e legalidade fiscal. Na prática não funciona assim, você concorda? Há empresas que prezam somente por desconto, outras por preços e outras por promessas soltas ao vento. Seu adversário pode ser maior, mais forte, mais eficiente e até ser mais rápido. Entretanto, jamais esqueça que o seu concorrente, pode ensinar imprescindíveis lições e não conta com uma pessoa capaz de fazer a diferença: você!

Descobrir novas técnicas por meio da observação – A participação em uma feira, congresso ou seminário, constituem recursos essenciais, no processo de inovação e revisão sobre as novidades do setor. Pode significar importância estratégica para continuidade ativa no mercado. Possibilita a realização de novos contatos, amplitude de peças fundamentais para o sucesso do empreendimento e da área de atuação em descobrir novas técnicas por meio da observação. Note que há concorrentes que não investe em treinamentos, capacitação, viagens de negócios, reuniões e convenções de vendas. Há também organizações, que se consideram líderes do mercado usando de arrogância e abandono de informações ao próprio cliente. Descobrir novas técnicas de observar como o concorrente trabalha, pode contribuir de maneira significativa para aprimorar, ainda mais, seu plano de negócios. A análise das ameaças e oportunidades do seu negócio pode ser mais valorizada, ao constatar erros de logística, ausência de qualificação e posicionamento de mercado do seu concorrente. Não há como conceber, em um mercado cada vez mais competitivo, um gestor de negócios que desperdice a oportunidade de descobrir novas técnicas de otimização, produção, distribuição, logística e sustentabilidade.

Fraquezas reveladas pelas constantes reclamações – Saber ouvir com atenção pode ser um importante ingrediente, para perceber que o concorrente ensina lições preciosas e inúmeras vezes, sem precisar de muito esforço. Outra estratégia para descobrir as fraquezas do seu concorrente, pode ser realizada por meio de um canal de comunicação, com seu próprio cliente. Um consumidor insatisfeito revela, em inúmeras situações, experiências vividas e problemas que sofrerão por ocorrências desastrosas. Observe que um cliente ao realizar reclamações, revela pontos negativos e fraquezas do seu concorrente e podem contribuir para fortalecer sua atuação, novas estratégias de marketing e gerar novos diferenciais competitivos. Você está ouvindo seus clientes? O que mais você consegue com uma reclamação do seu concorrente?

Ao contrário de desistir e demonstrar fraqueza, você possui a capacidade e o poder de reverter uma situação negativa em positiva. Você pode retirar lições preciosas, de erros cometidos por seu concorrente e valorizar ainda mais seu poder de argumentação, sua capacidade de expandir conhecimentos e intensificar ingredientes para superar as objeções. Ao contrário de aceitar ser surpreendido pela concorrência, para inverter a situação é coerente reunir a equipe e mostrar que sua empresa está disposta a remar de braços dados, para a mesma direção. Que tal esse desafio? Que lições seu concorrente pode ensinar para você vender mais?

Dalmir Sant’Anna – Palestrante comportamental, Mestrando em Administração de Empresas, Pós-graduado em Gestão de Pessoas, Bacharel em Comunicação Social e Mágico profissional. Autor do livro "Menos pode ser Mais" e do DVD com o tem “Comprometimento como fator de Diferenciação”.

Fonte: Padaria Moderna

Boa marca não é tudo


(*) Carlos Dranger

Quando avaliamos a forma e a utilização das marcas pelas empresas, independente do segmento ou do porte, podemos notar uma verdadeira proliferação no uso indevido da imagem pelas companhias. No entanto, a marca deve ser vista como expressão de valor e, desta forma, antes de aplicá-la desordenadamente, é preciso avaliar onde, quando e porque devemos expor o principal símbolo da companhia.

Na maioria dos casos, o que vemos é o uso da marca como expressão de posse, ou seja, como um registro de propriedade. As companhias aplicam a marca para reforçar que aquele material, ou equipamento, pertence a ela. Porém, o objetivo da exposição não deve ser demarcar território, mas sim contribuir para a valorização da marca e da empresa. Quando utilizada indiscriminadamente, a exposição, ao invés de criar valor, gera um resultado contrário e conduz à sua banalização.

De modo geral, há alguns conceitos que devem ser claros para uma boa gestão de marca. O primeiro, e o mais importante, é não utilizar a marca como carimbo. Não podemos automatizar o uso da marca, aplicando-a em tudo que vemos pela frente. É necessário sempre questionar a razão pela qual a marca deve ser aplicada nos materiais. Casos de materiais degradáveis ou sujeitos à depreciação, por exemplo, capachos, lixeiras, guardanapos, etc. Nós queremos ver nossa marca pisada, suja, deteriorada? Quando a aplicação for por uma questão fiscal ou jurídica, o recomendável é utilizar apenas a razão social.

Assim, podemos elencar alguns locais onde não devemos incluir a marca: placas de trânsito ou de segurança, sinalização de serviços, paredes de instalações industriais, caixas d'água, chaminés, etiquetas de patrimônio (como as incluídas em computadores e mobiliário, por exemplo), equipamentos diversos genéricos, que não tem relacão com a atividade da empresa, etc.

Considerando o objetivo de sempre agregar valor, a marca deve ser utilizada em locais que demonstre esta valorização. De modo geral, ela deve estar no nosso peito e na nossa mente, assim, a aplicação em uniformes e capacetes é recomendada. Também devemos expor a nossa marca para aqueles que chegam à companhia, o que significa sempre incluí-la nas portarias, recepções, identificação de prédios, setores ou áreas específicas. Se há a necessidade de dialogar com consumidores ou clientes, as mensagens também devem ser assinadas com a marca para reforçar a credibilidade necessária.

Marca não é registro de propriedade. Marca é expressão de valor.

* Carlos Dranger, é graduado em Arquitetura pela FAUUSP. Foi eleito Profissional de Design do Ano em 1997 - Festival Brasileiro de Promoção, Embalagem e Design. Também é diretor da Cauduro Associados.

Fonte: Padaria Moderna

Adaptação é a palavra de ordem


(*) Marcelo Mariaca

Especialistas em carreiras, como Tom Peters, preveem que o emprego em escritórios, aquele que os norte-americanos chamam de colarinho-branco, é um bicho em franca extinção e deverá desaparecer nos próximos anos, pelo menos da forma como está configurado hoje. Em seu lugar, haverá duas novidades: uma nova relação empregatícia e uma maneira de trabalhar totalmente diferente daquela que conhecemos desde o início do século 19.

Essas novidades não representam mudanças radicais como podem aparentar. Basta lembrar que, há 100 anos, as mensagens ainda eram escritas à mão e transportadas por mensageiros; a escrita era penosamente lenta; e as fórmulas e anotações jaziam em enormes livros e caixas. O modo de trabalhar, pelo menos no tocante às funções de escritório, não havia mudado muito desde que foi inventada a impressão, no fim da idade média.

No século 20, o mundo passou por uma revolução tecnológica e administrativa que mudou as relações de trabalho. O telefone, as máquinas de escrever e calcular, o advento das copiadoras, da microfilmagem, do telex, do fax, da telefonia por satélite, do celular e, principalmente, do microcomputador ligado à internet mudaram progressivamente a organização do trabalho nos escritórios. Hoje, a própria relação empregatícia está migrando para contratos Mais flexíveis. O trabalho temporário ou por projeto cresceu de forma vertiginosa, enquanto uma enormidade de funções foi terceirizada ou quarteirizada. Parafraseando o poeta e compositor Vinicius de Moraes, que o emprego seja eterno enquanto dure.

As modernas tecnologias proporcionam grande mobilidade e, em muitos segmentos, não é mais necessário que as pessoas se desloquem diariamente para a empresa. Principalmente nos Estados Unidos e Europa, um grande contingente de profissionais já trabalha em suas casas ou em qualquer lugar que deseje. Basta conferir nas cafeterias, nos aeroportos e no crescente número de lugares com wi-fi.

Porém, nessa era de informação, mobilidade e conhecimento instantâneo, surge a necessidade de equilibrar as habilidades básicas e específicas dos gestores e profissionais. Elas precisam ser adaptadas às mudanças do mercado; a cada inovação tecnológica, a cada atualização ou extinção de serviços, é necessário rever conhecimentos, estar aberto para incorporar outras habilidades e aprender. O ritmo, obviamente, é alucinante: nem bem se familiarizaram com o computador, o executivo tem de dominar e incorporar ao seu cotidiano tecnologias emergentes como Ipod, Ipad e outras inovações.

A pessoa que tem mente curiosa e criativa é o profissional mais capacitado para atender às expectativas do mercado de trabalho atual.

Toda grande mudança gera grandes oportunidades. Os perdedores de amanhã serão aqueles que não querem aprender a se adaptar às novas realidades que virão. Os ganhadores serão aqueles, de todas as idades, níveis hierárquicos e funções, que se mostram disponíveis para assimilar novos conhecimentos e tendências. A capacidade de adaptação é, portanto, uma das principais características do profissional de hoje.

* Marcelo Mariaca é presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School.

Fonte: Padaria Moderna

Acidentes de consumo


(*) Fabiano Marques de Paula

Acidentes de consumo são causados por produtos ou serviços que, embora utilizados de acordo com as recomendações do fornecedor (manual de instruções, embalagem, rótulo, bula, dentre outros), provocam danos que prejudicam a saúde ou segurança do consumidor. Queimaduras, cortes ocasionados por embalagens inadequadas, choques em aparelhos cuja concepção foi mal concebida, quedas, são alguns dos exemplos mais comuns.

Pouca gente sabe, por exemplo, que os tantos acidentes em parques de diversão e nos trenzinhos de bufês infantis noticiados pela imprensa são tipos de prestação de serviços que fazem parte do rol das relações de consumo, assim como os estragos nos cabelos causados pelo profissional de beleza. Infelizmente no Brasil ainda não temos estatísticas sobre essas ocorrências, nem detalhes sobre os itens colocados no mercado que representam riscos para o cidadão. Informação fundamental, se quisermos prevenir pequenas e grandes tragédias diárias.

Como um órgão cuja principal missão é a proteção do consumidor, decidimos enfrentar esse desafio criando um canal direto para registrar informações sobre esses acidentes e formar um banco de dados. O principal objetivo é mapear ocorrências, identificar os fatores de risco e encaminhar os dados a uma comissão formada por órgãos públicos, instituições ligadas à defesa dos direitos do consumidor e à sociedade civil organizada, que vão propor políticas públicas, reformulação ou criação de normas técnicas do Inmetro ou até termos de ajuste de conduta assinado pelo fornecedor para aperfeiçoar a segurança de produtos e serviços.

Para isso, nosso principal parceiro deverá ser o consumidor que sofreu danos leves ou graves ou estava no mesmo local e poderia ter sido ferido tanto quanto quem estava ao seu lado - no caso de um brinquedo de parque diversões que caiu, por exemplo. O consumidor será nosso aliado e nos ajudará a conhecer esse inimigo oculto que nos atinge e traçar estratégias para acabar com ele.

*Fabiano Marques de Paula, 35, advogado, superintendente do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo

Fonte:Padaria Moderna

A empresa que eu acho que tenho, não é a que tenho de verdade


(*) Paulo Ancona Lopez


Achar é uma palavra que pode fazer toda a diferença! No sentido a que estamos nos referindo, significa acreditar, considerar ou julgar. Ou seja, achar não é saber!

Pois, é assim que a grande maioria dos empresários conduz suas empresas: achando! Acham que o mercado está assim ou assado, acham que os clientes preferem isso ou aquilo, que a concorrência segue esta ou aquela estratégia, que as empresas com quem fazem negócios estão felizes com a relação, que a linha de produtos é a mais adequada e até que vendem para as classes X ou Y. Acham isso tudo, mas, na maioria das vezes, nem procuraram, o que, ao menos, justificaria seus achados.

Ouvimos a toda momento frases como “eu sei”, “tenho experiência suficiente”, “cresci fazendo deste jeito” ou a pior de todas: “meu feeling diz que...” e lá vêm teorias e conceitos que passam a definir as estratégias, ações e, consequentemente, resultados. Com certeza, também acham, ou melhor, têm a certeza, de que Deus, além de brasileiro, está com eles e “não abre...”!

Ao longo de inúmeros trabalhos feitos em empresas de todos os portes, indústrias e prestadores de serviços, além de redes de franquias de varejo, vivenciamos situações que levariam qualquer empresário a repensar a forma de comandar seus negócios.

De fato, sem que se pesquise como o mercado, simbolizado por seus clientes, percebe a atuação da empresa, é inútil gastar tempo e recursos planejando e implantando ferramentas e processos, pois esses correm um sério risco de não atenderem as expectativas ou exigências dos compradores.

Tanto faz aqui se falamos de uma indústria de autopeças, de uma empresa de terceirização de serviços, ou de uma rede de franquias com mais de 50 franqueados. Tudo que falamos aqui se aplica a todos os negócios B2B.

Numa relação B2B, onde a integração de estratégias e operações devem ser muito mais profundas do que nas demais relações com clientes de consumo, é muito difícil atuar no mercado e se manter em posição de destaque, sem estar profundamente ligado com seus clientes, e a partir deles orientar as ações internas. Devemos ter em mente que uma relação B2B é formada por aspectos que passam por entendimentos como:

Expectativas e percepções são elementos fundamentais na relação e devem ser conhecidos e estarem alinhados.

A satisfação do comprador está baseada na comparação entre os elementos acima.

Não adianta “fazer” se os clientes não percebem que o que foi feito é para eles, e se realmente os atendem.

A insatisfação de clientes, não necessariamente, se resume à forma de atendimento, ou qualidade dos produtos ou serviços. Ela pode estar sendo causada por erros ou divergências de estratégias, processos, ou comunicação, por exemplo.

Para medir o grau de percepção e satisfação dos clientes, é preciso usar ferramentas que sejam quantificáveis e possíveis de serem transformadas em números e gráficos, pois isso facilita enormemente a análise, e o entendimento do problema se torna quantificável.

Não é necessário pesquisar todos os clientes, e sim adotar uma curva ABC, seja por faturamento, importância institucional ou volume de vendas, dependendo do que se quer avaliar.

Outro aspecto que é fundamental nesse trabalho é o de pesquisar como a empresa se vê atendendo aos clientes, ou seja, coletar informações também quantificáveis que depois serão comparadas com aquelas levantadas junto aos clientes pesquisados. Isso significa passar a saber como o mercado se sente atendido e como acreditamos que o atendemos. O resultado pode ser gratificante, ou absolutamente chocante para a empresa.

Uma pesquisa como essa, com metodologia correta, permite ainda detalhar análises por tipo de cliente, por região, por aspectos da relação, por porte de cliente e ainda ranquear os principais problemas. Do lado contrário, passa-se a saber o grau de distanciamento das áreas internas da empresa em relação aos desejos e expectativas do mercado, de onde se tiram ações internas fundamentais para a melhoria da relação.

Tudo isso significa responder ao que se chama “Janela de Johari”, usada no estudo das relações entre duas partes: como eu me vejo, como eles me vêm, e como sou de fato.

Com esses dados na mão, elabora-se um plano de ações visando corrigir as distorções de percepção, e isso pode envolver desde estratégias até ações táticas, passando pelos processos e estrutura funcional.

Certa vez, um amigo me perguntou se eu achava que determinada moça aceitaria seu convite para um encontro, pois ele tinha dúvidas sobre o interesse dela, e eu respondi: “pergunta prá moça!”.

É disso que estamos falando...“achar” não leva a nada!


*Paulo Ancona Lopez é sócio diretor da Vecchi Ancona Estratégia e Gestão

Fonte: Padaria Moderna